domingo, 13 de fevereiro de 2011

The Fort (O Forte) - Bernard Cornwell

The Fort deverá ser lançado no Brasil no segundo semestre de 2011, com o título "O Forte". No entanto, vamos nos antecipar.
Tenho que fazer uma confissão, sou fã de Cornwell, mesmo que, algumas vezes, seus livros sejam repetitivos e ele siga algumas fórmulas para desenvolver seus personagens. Mesmo assim, o cara sabe o que está fazendo. Sua produção é absurda, chegando, algumas vezes, a lançar dois livros em um mesmo ano, sendo a grande maioria deles romances históricos. O Forte não é diferente, conta a história da batalha da baía de Penobscot, considerada pelos americanos o pior desastre da sua marinha antes de Pearl Harbour.
Na realidade, não há muito o que destrinchar aqui. Este livro é um típico Bernard Cornwell, assim como Azincourt, a série Sharpe etc. Porém, dessa vez, tive a impressão que os personagens são menos ficcionais, e o foco é, de fato, a História. O autor se aprofunda no background dos personagens apenas o suficiente para traçar suas personalidades e motivações, mas isso não os torna rasos, até por serem personagens que realmente existiram. Ao mesmo tempo que Cornwell faz seu relato da batalha, costumeiramente super realista e cheio de detalhes, ele mostra a grande carga de tensão psicológica envolvida em uma guerra, as responsabilidades, cobranças e expectativas de um soldado. Além de traçar de forma muito interessante um comparativo entre o profissionalismo do exército inglês, uma verdadeira máquina de guerra, na época, e o amadorismo do improvisado exército revolucionário americano que protagonizou o ataque. Obviamente, o exército americano, na época da revolução, não era mais amador, mas o autor mostra que nesse caso, devido à questões políticas entre o estado de Massachusetts e a federação, a força utilizada foi improvisada e amadora.
O Forte descreve a chegada dos ingleses à península na época chamada Majabigwaduce, o início da construção do Fort George, o qual dá o título do livro, a chegada dos americanos pelo mar e a batalha que se segue. Como o desastre acontece, você só saberá lendo. Atualmente, o local abriga a cidade de Castine, no estado do Maine, que não existia quando a batalha ocorreu. Vale a pena ir no google maps e usar o street view para se ter a visão que os artilheiros britânicos tinham da chegada dos navios americanos, dá pra chegar até Dyce´s Head, local onde foi postada uma bateria dos casacas vermelhas. Outra coisa interessante é que ele meio que desconstrói um herói americano chamado Paul Revere, mostrando porque ele foi acusado de incompetência e covardia. Além disso, mostra como uma combinação de interesses pessoais contrários, intransigência e falta de experiência pode detonar com qualquer empreendimento.
Em suma, esse não é um livro que vai mudar a vida de ninguém, nem revelar o segredo da vida, do universo e tudo mais. Porém, trata-se de entretenimento de primeiríssima. Eu simplesmente adoro, é uma leitura fácil, porém inteligente e bem construída, que faz o leitor querer sempre mais. Bernard Cornwell descreve as batalhas como se ele houvesse participado delas, o que, na minha opinião (ainda não tinha usado essa expressão, hein?), é sua especialidade, e o sangue só falta escorrer de dentro das páginas do livro. Para embasar o romance, ele faz uma pesquisa detalhadíssima, através de documentos históricos, o que, no caso da revolução americana, não falta, mesmo, já que os estadunidenses mantém um grande registro de sua história militar, principalmente das guerras da revolução, da qual eles muito se orgulham, merecidamente. Enfim, vale a pena.
A seguir, links para alguns vídeos muito interessantes legendados por Michael Hasfel do site, muito bom, por sinal, Bernard Cornwell Brasil.
http://www.youtube.com/watch?v=siwHqfOpIB4
http://www.youtube.com/watch?v=WCR5GTg1aiY

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